Há anos venho estudando o comportamento da mulher nos tempos atuais. Este espaço destina-se a analisar os reflexos (positivos e negativos) decorrentes do movimento feminista, através de textos escritos por mim e outros autores.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ESSA TAL PAIXÃO



“A voz do povo é a voz de Deus”. Percebi (através de alguns comentários e algumas conversas que ouvi) que o meu post anterior precisava de alguns esclarecimentos. Temas como amor, paixão e relacionamentos são sempre muito complexos, porque não existe uma verdade absoluta e muito menos uma fórmula mágica que solucione a questão.
O que é a paixão? Qual a finalidade? O acontece no nosso cérebro que nos deixa em estado de graça?
A relação homem/mulher, para se estabelecer, passa por 3 estágios: atração, paixão e afinidade.
- A atração se refere aos aspectos físicos e não verbais. É quando uma determinada pessoa chama a sua atenção e você sente que ela tem algo a mais, sem saber explicar o que é.

- A paixão é aquele estágio em que esta mesma pessoa fica “martelando na sua cabeça”. O cérebro só focaliza as qualidades positivas e ignora os defeitos. A finalidade da paixão é tentar estabelecer uma ligação com um(a) parceiro(a). A emoção é tão forte que causa uma euforia incrível. Havendo rejeição, pode provocar desespero e levar a obsessão, ou, em casos extremos, em assassinato ou suicídio.
Durante o estado da paixão, várias substâncias químicas poderosas são liberadas no cérebro e a satisfação é completa. A dopamina provoca bem estar, a feniletilamina aumenta a excitação, a serotonina cria sentimento de estabilidade emocional e a noradrenalina produz a certeza de que tudo se pode conseguir. Existem pessoas que são viciadas neste coquetel hormonal querendo repeti-lo e nunca passando para o outro estágio (viciados em sexo estão neste grupo).
Essa situação é temporária, durando de 3 a 12 meses. Quando passa o efeito dessas substâncias, o cérebro volta ao normal e a realidade se apresenta, levando a pessoa a se perguntar: “O que eu estou fazendo aqui, vendendo água de coco na praia?”.
Na verdade, a paixão é um truque biológico com a finalidade de fazer com que homem e mulher fiquem juntos para haver a procriação e atender ao instinto de perpetuação da espécie. É um sistema primitivo, mas que ainda está presente nos dias atuais.

- As verdadeiras diferenças no sexo só vão aparecer quando termina o estágio da paixão e começa o da afinidade. Quando a realidade supera a paixão, um dos parceiros rejeita o outro. A seguir, ou há uma rejeição mútua, ou começa a afinidade. Se começar a afinidade, o casal se desloca para a construção de um relacionamento e consequentemente para a construção do amor.

Estudos científicos mostram que, quando a pessoa está apaixonada, a área do cérebro ativada é a mesma de uma pessoa que está drogada ou em êxtase religioso.
Eu sei que os românticos ficarão chocados ao tomarem conhecimento destas informações (eu mesma fiquei quando soube disso), mas este é um alerta para evitar que tomem decisões precipitadas e corram o risco de por a sua vida a perder quando estiverem vivenciando o estágio da paixão.
"Geisa Machado"

domingo, 10 de janeiro de 2010

A PAZ ENTRE OS SEXOS


Quando a paixão acontece, o possível se faz presente. Tudo fica cor de rosa, a gente sente um bem estar indescritível, nos sentimos fortes e prontos para conquistar o mundo. E queríamos que esta sensação durasse para sempre...

Infelizmente não dura e quando acaba vem a clássica frase: “Aí ele(ela) se mostrou como é”. Neste momento, a pessoa em questão, se sente enganada pelo(a) parceiro(a), que parece ter se mascarado só para nos impressionar. Na verdade, é o estado de estar apaixonada(o) que nos cega para a realidade. Quando a euforia e a inebriação passam, quem mostra a sua face é o próprio relacionamento.
O próximo passo é a instalação da guerra. O que antes era harmonia, companheirismo e apoio mútuo transforma-se em disputa, competição e luta pelo poder. Começam as acusações, e acusar o outro serve para se manter neste poder e mostrar “como eu sou melhor que você”. No passado o homem subjugava a mulher mostrando quem mandava de fato. Hoje ela não aceita mais este comando, porque é ela própria quem quer ditar as regras.
Outro fator a ser ressaltado é a natureza bélica do ser humano. Antes a luta era pela sobrevivência física (busca pelos alimentos). Hoje a luta é pela sobrevivência psíquica e emocional (busca pelo reconhecimento e afeto). E nesta disputa sem fim constrói-se a guerra, ao invés do amor. Nesta busca frenética pela sobrevivência, ele fica relegado a segundo plano e acaba sucumbindo.
Tudo indica que nesta guerra o que importa é ganhar, e não ser feliz. Sendo que, no final, todos somos vítimas.

Quando a paixão acaba é a hora de construir o amor. Sim, o amor se constrói. Ele é uma arte e como toda arte necessita de dedicação e esforço.
Essa construção é feita:
- Dialogando. Sem diálogo não há sedução (hoje em dia a sedução tornou-se uma agressão sexual).
- Procurando descobrir onde eu posso melhorar para melhorar meu relacionamento.
- Estimulando o desenvolvimento do(a) parceiro(a), ao invés de tentar mudá-lo(a).
E o mais importante para o estabelecimento da paz e do amor: é preciso que ambos sintam que estão do mesmo lado.
"Geisa Machado"