Há anos venho estudando o comportamento da mulher nos tempos atuais. Este espaço destina-se a analisar os reflexos (positivos e negativos) decorrentes do movimento feminista, através de textos escritos por mim e outros autores.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PARADIGMA: UM MODELO A SER SEGUIDO (parte 2)

Nos primórdios da civilização o homem saia para caçar e a mulher ficava na caverna cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos. Com o passar dos anos esse papel foi se tornando acentuadamente feminino, sendo cada vez mais reforçado.
Quem não conhece a história da Cinderela? A mensagem deste conto de fadas é a seguinte: quanto mais gata borralheira você for, mais chance terá de se dar bem. Ou seja, se você for submissa, comportada, meiga, gentil e nunca se rebelar, a recompensa será encontrar o seu príncipe encantado e ser a dona de um castelo. Porém, na vida real a história é bem diferente. Por causa da submissão, acabamos sendo maltratadas e como não houve a recompensa esperada, acabamos nos rebelando e nos libertando. Doce ilusão! Porque não nos libertamos! Ainda estamos sendo escravas deste paradigma cultural.
Meninas são educadas diferentes dos meninos. Os próprios brinquedos também ajudam a reforçar o papel de “dona de casa” (panelinhas, mini cozinha, tabuinha de passar roupa, etc.). Portanto, por mais que nos rebelemos, inconscientemente, ainda permanecemos na caverna.
Se estamos em busca da libertação precisamos rever este paradigma e deixar de atacar os homens acusando-os de serem os causadores da situação (veja o post “Homens: os grandes vilões" onde fica mais esclarecida a questão).
No post anterior Paulo Tamburro deixou um comentário com mais exemplo de paradigmas instalados e abaixo deixarei um experimento científico elucidando como ele se forma.

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Passado algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."
(continua...)
"Geisa Machado"

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PARADIGMA: UM MODELO A SER SEGUIDO (parte 1)


Você já ouviu a palavra “paradigma”? No dicionário ela significa “modelo, padrão”. Esta palavra surgiu pela primeira vez por Thomas Kuhn, no meio científico e a psicologia a adotou para designar “comportamentos aos quais seguimos como modelos”.
A criança durante o seu crescimento vai se orientando e formando a sua personalidade através de exemplos vindos dos adultos (pais, professores, familiares, mídia...). E ela acaba sendo a representação de um padrão (ou alguns padrões). Até aí está certo, senão ficaríamos totalmente desorientados e alienados, se não tivéssemos exemplos a serem seguidos. No início da civilização, ao se formarem os grupos, o próprio ser humano começou a se organizar observando o comportamento dos animais, vendo como eles agiam em bandos e tendo-os como modelos. Torna-se problema quando o padrão a ser seguido é tão forte que a pessoa perde a própria identidade ou quando seguimos alguns padrões que nos prejudicam.
O meu pai comprava tudo a vista. Eram outros tempos e outra realidade financeira. Diante da instabilidade econômica que o país vem apresentando ao longo dos anos, surgiu a necessidade da aquisição a prazo. Eu estava tão presa a este meu paradigma (só fazia aquisições a vista como o meu pai) que não conseguia entrar nesta nova realidade, e é claro com todas as justificativas plausíveis para isso. Foi quando descobri qual modelo estava seguindo e o quanto isso estava me prejudicando. A partir desta descoberta as coisas começaram a mudar e a melhorar.
Na maioria das vezes agimos mecanicamente, reproduzindo o que vimos e ouvimos. Torna-se necessário parar para refletir sobre os nossos atos. Certa vez, o Pedro Bial disse a seguinte frase num programa de TV: “Senso comum é para quem tem preguiça de pensar”.
Os nossos parceiros, por exemplo, fatalmente são parecidos com os nossos pais (se for mulher, o parceiro é a cópia do próprio pai e vice versa). Você já ouviu a frase: “Você é igualzinha a sua mãe” ou “Você é igual ao seu pai”? Pois é, ela é verdadeira. Não estou falando de serem parecidos só fisicamente, mas em atitudes, jeito de falar, modo de pensar...
Da mesma forma são os relacionamentos. É comum descobrir numa análise terapêutica que o cliente está reproduzindo o casamento dos pais.
Neste espaço eu escrevo sobre a mulher e o reflexo negativo do movimento feminista. Nos próximos posts veremos como os paradigmas as levaram a levantarem a bandeira deste movimento, como ainda estão presas a alguns deles e quais os modelos que estão surgindo.

A seguir deixarei uma historinha para elucidar o texto acima:
Uma garotinha via sempre a mãe tirando a cabeça do peixe para assá-lo e perguntou-lhe:
- Mamãe, por que você tira a cabeça do peixe para assá-lo?
E a mãe respondeu:
- Ora, porque a minha mãe sempre fez assim.
A garotinha foi perguntar para a avó:
- Vovó, por que você tira a cabeça do peixe para assá-lo?
E a avó respondeu:
- Ora, porque a minha mãe sempre fez assim.
A garotinha então foi perguntar para a bisavó, que pela idade avançada já não cozinhava mais.
- Bisavó, por que você tirava a cabeça do peixe quando ia assá-lo?
Ao que a bisavó respondeu:
- Ah minha filha, é porque a minha assadeira era pequena.
(continua...)
"Geisa Machado"