Há anos venho estudando o comportamento da mulher nos tempos atuais. Este espaço destina-se a analisar os reflexos (positivos e negativos) decorrentes do movimento feminista, através de textos escritos por mim e outros autores.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A ESCOLHA DO SEU PAR

Transcreverei abaixo um texto redigido por um palestrante e escritor que fala sobre a importância da dança na escolha de um parceiro.

“Há trinta anos, os adolescentes encontravam o sexo oposto em bailes de salão organizados por clubes, igrejas ou pais responsáveis preocupados com o sucesso reprodutivo de seus rebentos.
Na dança de salão o homem tem uma série de obrigações, como cuidar da mulher, planejar o rumo, variar os passos, segurar com firmeza e orientar delicadamente o corpo de uma mulher. Homens levam três vezes mais tempo para aprender a dançar do que mulheres. Não que eles sejam menos inteligentes, mas porque têm muito mais funções a executar. Essa sobrecarga em cima do homem permite à mulher avaliar rapidamente a inteligência do seu par, a sua capacidade de planejamento, a sua reação em situações de stress. A mulher só precisa acompanhá-lo. Ela pode dedicar seu tempo exclusivamente à tarefa de avaliação do homem.
Uma mulher precisa de muito mais informações do que um homem para se apaixonar, e a dança permitia a ela avaliar o homem na delicadeza do trato, na firmeza da condução, no carinho do toque, no companheirismo e no significado que ele dava ao seu par. Ela podia analisar como o homem lidava com o fracasso, quando inadvertidamente dava uma pisada no seu pé. Podia ver como ele se desculpava, se é que se desculpava, ou se era do tipo que culpava os outros.
Essa convenção social de antigamente permitia ao sexo feminino avaliar numa única noite vinte rapazes entre os 500 presentes num grande baile. As mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes psicológicos revelam. Em poucos minutos conseguiam ter uma primeira noção de inteligência, criatividade, coordenação, tato, carinho, cooperação, paciência, perseverança e liderança de um futuro par.
Infelizmente, perdemos esse costume porque se começou a considerar a dança de salão uma submissão da mulher ao poder do homem, porque era o homem quem convidava e conduzia a mulher.
Criaram o disco dancing, em que homem e mulher dançam separados, o homem não mais conduz nem sequer toca no corpo da mulher. O som é tão elevado que nem dá para conversar, os usuais 130 decibéis nem permitem algum tipo de interação entre os sexos.
Por isso, os jovens criaram o costume de "ficar", o que permite a uma garota conhecer, pelo menos, um homem por noite sem compromisso, em vez de conhecer vinte rapazes numa noite, também sem compromissos maiores.
Pior: hoje o primeiro contato de fato de um rapaz com o corpo de uma mulher é no ato sexual, e no início é um desastre. Acabam fazendo sexo mecanicamente em vez de romanticamente como a extensão natural de um tango ou bolero. Grandes dançarinos são grandes amantes, e não é por coincidência que mulheres adoram homens que realmente sabem dançar e se apaixonam facilmente por eles.
Masculinizamos as mulheres no disco dancing em vez de tornar os homens mais sensíveis, carinhosos e preocupados com o trato do corpo da mulher. Não é por acaso que aumentou a violência no mundo, especialmente a violência contra as mulheres. Não é à toa que perdemos o romantismo, o companheirismo e a cooperação entre os sexos.
Hoje, uma garota ou um rapaz tem de escolher o seu par num grupo muito restrito de pretendentes, e com pouca informação de ambas as partes, ao contrário de antigamente.
Eu não acredito que homens virem monstros e mulheres virem megeras depois de casados. As pessoas mudam muito pouco ao longo da vida, na realidade elas continuam a ser o que eram antes de se casar. Você é que não percebeu, ou não soube avaliar, porque perdemos os mecanismos de antigamente de seleção a partir de um grupo enorme de possíveis candidatos.
Fico feliz ao notar a volta da dança de salão, dos cursos de forró, tango e bolero, em que novamente os dois sexos dançam juntos, colados e em harmonia. Entre o olhar interessado e o "ficar" descompromissado, eliminamos infelizmente uma importante etapa social que era dançar, costume de todos os povos desde o início dos tempos.
Se você for mãe de um filho, ajude a reintroduzir a dança de salão nos clubes, nas festas e nas igrejas, para que homens aprendam a lidar com carinho com o corpo de uma mulher.
Se você for mãe de uma filha, devolva a ela a oportunidade que seus pais lhe deram, em vez de deixar sua filha surda, casada com um brutamontes, confuso e isensível idiota".
Stephen Kanitz (Editora Abril, Revista Veja, edição 1877, ano 37, nº 43, 27 de outubro de 2004, página 22)
"Geisa Machado"

27 comentários:

  1. Que maravilha de texto.
    Realmente minha querida os tempos mudaram, ainda me lembro de quando eu participava de um baile e determinado rapaz me tirava pra dançar, era algo que me deixava trêmula, arrepiada e o contato durante a dança mostrava muito do que ele era através de sua conversa, do seu jeito de me levar pelo salão, até do seu jeito de respirar.

    Tempo bom.

    Ano passado participei de um baile, dizia ser só de músicas da década de 80, então fui super animada, pôxa iria eu poder ser tirada pra dançar, que doce ilusão minha, era década de 80, mas só de embalos, todos sozinhos, se atropelando, nada de uma músiquinha romântica sequer.

    Penso que esse tempo bom volta mais não minha querida, pode até ser, mas nunca mais será como foi.

    Beijos com carinhos.
    Feliz Páscoa pra você.
    Te gosto muito.
    E está chegando o dia da gente se abraçar pessoalmente.
    Entrarei em contato com todas vocês por telefone pra combinarmos, ok?

    Tenha uma linda noite.

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  2. Concordo plenamente com ele viu?
    Hoje temos uma geração de surdos e insensiveis.
    Essa atitude do ficar quebrou o romantismo. primeiro se conhece a intimidade em seu aspecto mais carnal e depois se conhece a pessoa. Dai surgem as decepções. Que saudade dos bailes, agente se preparava fazia vestidos e ficava esperando que aquele garoto que agente gostava nos tirasse para dançar. Bons tempos viu?
    Nossa acho que to ficando velha.
    Bjos querida tenha dias de paz

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  3. Minha querida adorei seu texto
    Vim te desejar uma Feliz Pascoa
    bjs

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  4. Lembrei-me que ficávamos esperando a 'brincadeira" (nome dado aos bailinhos nas casas dos amigos nas tardes de domingo).Aos sábados era das escuderias.Usava-se dançar bastante músicas "lentas" e normalmente o coração disparava enquanto dançávamos com o paquera. O "ficar" sem compromisso já estava na moda só que o termo era outro: "transar" rs...Só depois de muitos anos que foi ter o outro significado que se arrasta até hoje.
    Também acho maravilhoso a procura pela dança de salão. Eu mesma fui uns dois meses e pretendo voltar. Preciso e quero aprender.Alguém me disse um dia:" Quem não dança está morto"! Amiga adorei o texto e já diz tudo por si só.Concordo. Feliz Páscoa e Renascimento,bençãos de Paz,alegria,prosperidade e um grande amor! Montão de bjs e abraços com carinho pro cê.

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  5. Geisa,

    Bem interessante o teu texto! Na verdade a dança é algo de transcendente. Porém tudo tem sido descaracterizado e aquela cumplicidade que existia perdeu-se completamente. perdeu-se também a sensualidade, a caricia suave que deixava emoção e prazer...
    Seria otimo se os jovens de hoje recuperassem tudo quanto de fascinante existe na dança!

    BeijOOO
    AL

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  6. Feliz páscoa e paz no seu coração!!!

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  7. Parabéns, adorei o texto, não vivi o tempo dos bailes, mas teria adorado.

    Bejim.

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  8. GEISA, realmente um belo texto escolhido por você, para falar de um tema do relacionamento humano que , parece estar voltando.

    A dança de salão!

    Uma dos mais contundentes e fatais procedidimentos para derrubar qualquer barreira da mulher em relação, ao fato dela entregar-se e deixar-se envolver pelo homem, é quando ele pode lhe falar durante a dança, ao seu ouvido.

    Por quê eu sei disso?

    Ora porque muitas mulheres são exímias nesta arte , também.

    Ninguém consegue se manter, fingindo de morto, com uma voz quente entrando no seu ouvido, e o resto do seu corpo junto e mistutado com o da companheira.

    Boleros, tangos enfim, ainda propiciam que os homens, adentrem com sua perna entre as coxas do seu par e, naquela famosa "paradinha", o coração acelera e o sangue sobe.

    No homem, muito mais do que o sangue...

    Fervilham, então fantasias, as mãos acariciando as curvas femininas, explorando suas curvas, encostas e montanhas, transformam em rios caudalhosos a libido do homem que, se não for contida, irá explodir em cachoeiras e cascatas de um prazer quase infinito!

    Geisa, como eu gosto disto tudo!

    E afinal, o dançar é exatamente esta celebração de corpos, fantasias e mútuos sentimentos de sensibilidade.

    Tem que ter rosto no rosto, peito no peito,barriga com ventre, e ...bem vamos embora.

    Uma delícia!

    Agora, Geisa, se você leva uma mulher para uma balada começa a dançar a tres metros de distância dela, pode ter a certeza que daqui a pouco, uma avalanche de pernas, gritos e corpos alucinados irão passar por entre vocês dois como um tsunami , e talvez vocês só se revejam, no dia seguinte, em casa.

    Esta turba deste bailes rave , por exemplo são desastrosas, exatamente porque, ou você aprende a falar a linguagem dos surdos-mudos, ou então, ficará na mesma solidão daquela experimentada, por Robson Crusoé, apesar de estar cercado de centenas de enlouquecidos seres humanos, que já não fazem a menor idéia de onde estão.

    Não é ser saudosista, mas a opcão é:

    O casal neste bailes devem fazer extamente, o mesmo que se faz numa academia de ginástica, ou deverá haver tempo, tranquilidade e clima, para que os dois possam ter no calor de uma emoção a dois, o que já dizia uma música: decorar a geografia dos seus corpos?

    E essa histeria bucal de ficar, beijando centenas de bocas ao mesmo tempo, é igual a você não beijar: NENHUMA!

    Muito boa a postagem.

    Um abração carioca, Geisa ao som deste bolero...

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  9. Parabéns pelo texto, ótima iniciativa de publicar esse post...maravilhoso!
    Gostaria de saber mais sobre o lance da sinusite!

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  10. Olá Geisa!
    Também me lembro com saudade dos tempod d bailes com orquestra ou conjuntos com grande numero de componentes.
    A emoção quando um rapaz se virava em nossa direção para nos tirar para dançar, que delícia.
    E quando o dito cujo era alguém de quem gostávamos então, o chão sumia, as pernas tremiam...ai meu pai, que saudade.
    É lamentável que essas e outras emoções se foram juntamente com o tempo, ficando só a pegação, que não deixa nada, nem o nome de quem pegou ou foi pego.
    Bela escolha a sua, adorei.

    Beijinho.

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  11. Olá Geisa!

    Parabéns pela escolha do texto!
    Muito bom!
    Sabes, eu adoro danças de salão, mas infelizmente o meu par de dança... Deus levou...
    No meu blog tem uma entrada sobre isso "Uma carta para mim"...

    Um beijo de Portugal.

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  12. Puxa como éramos espertas hein? analisar o homem enquanto dança... bom adorei esse post falou de coisas que eu não sabia mas que fazem total sentido. Beijos!

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  13. Amiga,que texto maravilhoso,com ele,tive a oportunidade de voltar no tempo e, me sentir ainda com 18 anos de idade kkkkk

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  14. Em baile de texto esse,emanastes recordar entre cardíacos de seguidores teus,os anos sessenta à mente nossa,inoculastes vida lembrança sewntida e doída quase ,de tanto lirismo e platonico amor desse tempo que o vento e o tempo sopraram.
    Quanto a variações de sonatas do meu viver,pessoa minina ,de mentes cuidadoras,por um acaso já acessastes a pedido meu,o "Blog do Mensageiro" do meu amigo irmão André?caso negativa resposta sua seja,acesse,e pesquise o post "heróis anônimos"ricardo calmon,e entenderás mui mais desse mininu sexagenário,emocional pessoa,doctor honoris causa da vida sofrer,viver e suplantar,simplesmente ,emanando incentivos e tributos ,de formas várias,sempre pelo viver intensa e docemente,mas entre danças e brincadeiras com as palavras,também mui choro e sorrio,os sentimentos de semelhantes meus ,que as mãos doo,me nutrem e anestesiam dores minhas!

    bzu mãos suas ,terapeuta mui mais que da mente,da alma viva de corpos viventes nossos!

    viva la vida!

    PS possuo em corpo meu 39 cirurgias,sendo mais da metade,de grande porte e risco,duas no cérebro,mais a história minha que acessarás,e possuo tres lindos filhos,uma neta icrívelmente linda e uma esposa que aussi mére é!mui mais que esposa miha vida!
    ROTEIRISTA TELEVISIVO DE SUCESSO,VIVO ENTRE ERUPÇÕES DE MENTE MINHA E A DOÇURA QUE SINTO EM VIVER!
    Escreva sempre e me pregunte tudo,que te responderei

    bzuzzzzzzzzzzzzzzzzz

    i vamu ki vamu, a vida viver!

    viva la vida!

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  15. Oi amiga. Obrigado. Não importa se você sabe grego ou Inglês. Que significa que eles têm sentimentos. E outros ao redor do mundo não sabe línguas estrangeiras e são muito bons amigos. Há tradutor. Um abraço

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  16. Geisa...

    Vim reler-te, rever-te... e deixar um beijo!

    AL

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  17. Geisaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa saudade !!! vc viu que a Elaine ja postou ? as fotos ficaram ótimas.. amei ter estado em sua casa. seu carinho , sua acolhida e de seu filho. fizeram um encontro inesquecivel. quem diria que fossemos passar uma tarde, noite tão gostosa assim.. minhas amigas do coração.. ja amo cada uma de vcs.. beijão e obrigada

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  18. You're simply the best
    Vem informar o termino da enquete
    Parabens , venha pegar seu selo
    Obrigada por ter participado

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  19. Só posso aplaudir seu texto.Eu sou adepto da velha dança coladinhos, a gente falando baixinho. Tudo ótimo. Parabéns.Beijos

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  20. Minha querida , vim agradecer sua palavras de carinho , quero te disser que foi muito importante seu e-mail , graças a ele me deu forças para ir em frente e continuar com o blog , hoje vejo que foi ate bom acontecer o erros que deu no google assim as pessoa leram que a finalidade do blog e a fraternização e divulgação, e que e uma a brincadeira
    Obrigada por voce ter participado, e um honra ter seu texto no meu blog, sinta-se abraçada com todo carinho
    bjs no coração

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  21. Olá Geisa! Hoje é quarta-feira, uma correria. Não repare em minha visita relâmpago, mas venho lhe convidar para ler o novo capítulo de “O Diário de Bronson (O Chamado)” e deixar o seu comentário.

    Retornarei com melhores modos e mais tempo. Tenha uma ótima semana. Abraço do Jefhcardoso!

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  22. Amiga, não se é do seu tempo o termo "tirar linha"... Sim, a gente ficava "tirando linha" aí o rapaz vinha nos tirar para dançar. Que falta isso faz. Você tem toda razão! Já estou com saudade do nosso encontro! Obrigada pela recepção tao carinhosa e calorosa. Obrigada por ter feito qeu com que me sentisse em casa. Postei uma pequena homenagem. Beijo grande!

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  23. Geisa acho linda a dança de salão, gostaria muito de ter um par para treinar comigo! bjinhos da Madrasta!

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  24. Engraçado tenho ouvido falar muito sobre conquistas, conhecer melhor as pessoas através da dança... Legal né, espero que volte o cavalherismo e que a feminilidade seja fomentada.

    Vim mesmo foi desejar um feliz final de semana.
    Beijos.

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  25. Oi amiga, ganhei um selo da Sandra e estou oferecendo à vc.
    Vem buscar, pois este blog vale ouro.

    Bejim.

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  26. Minha doce amiga, postei sobre o nosso encontro, vai lá no Rabiscos ver se aprova....rsrs.

    Quantas saudades de você.

    Você é ESPECIAL minha querida.
    Beijos com carinho enorme.
    Amo você de ♥.
    Tenha um lindo domingo.

    Beijos pro seu lindo filho e pra tua nora.

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  27. Demais esse texto...
    As histórias que minha mãe e minha tia me contam...viajo no tempo olhando o brilho nos olhos delas... fascinante!!!
    A minha tia escreveu um conto que fala dessa época, qualquer dia vou postar aqui...

    um grande abraço...

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